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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Três Semestres

  1. Entrei. Festa. Papéis. Inscrição. Praxes. Aulas. Praxes. Aulas. Sair. Amar. Em Tomar. Odiar. Amar. Aulas. Sair. Sair. Tuna. Aulas. Aulas. Pouco tempo. Angústias. Trabalhos. Aulas. Frequências. Passei. Férias.
  2. Reencontros. Aulas. Aulas, aulas, aulas. Trabalhos. Sair. Tuna. Sair. Sair muito. Trabalhar pouco. Trabalhos. Stress. Mais stress. Frequências. Passei. Chumbei uma. Exame. Passei. Férias. Férias. Saudades. Sair pouco. Trabalhar nada. Dormir. Dormir, dormir. Tão bom. MSN. Dormir. Praia. Saudades. Sines. Odeio-te. Voltar.
  3. Voltar. Trajar. Praxar. Pobres caloiros. Praxar. Tuna. Odiar, odiar, odiar... Até hoje. Até sempre. Chorei muito. Já passou, ou há-de passar. Aulas. Escrita Criativa. O Chave. Chá. Verde, por favor. Tu. Tu e tu e tu e eu. O Outeiro, o jardim, o castelo, os corredores da escola e tu e eu. Nós. Agora sim. Amo-te. Aulas. Aulas. Amigos. Revistas de anime. Trabalhos. Não tão-amigos. Trabalhos, trabalhos. Filmagens, edição. Estúdio de rádio (ainda falta este...). Tuna. Aula Magna. Sala cheia. Mais aulas. Aulas. Pouco tempo. Trabalhos. Apresentações. Hoje começaram as frequências.

No seguimento do primeiro texto escrito na unidade curricular de Escrita Criativa e enquanto espero pelo Atelier de Escrita.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Um rapaz acorda de manhã com uma machado cravado acima do joelho, na coxa. Mais de metade da lâmina encontra-se já dentro da carne; fora está o cabo do machado e pouco mais.


O rapaz queixa-se de dores. São fortes, mas não insuportáveis. Mantêm-se nesse nível constante, no limite do suportável.

Da perna sai um fio de sangue mínimo. Por onde o rapaz passa vai ficando um rasto vermelho no chão, como se ele quisesse recordar às pessoas que sofria no momento em que passara por ali.

O rapaz tentara já arrancar, com as suas próprias mãos, o machado da perna, mas a lâmina estava tão enterrada na sua carne que ele percebeu ser impossível.

Pediu depois aos amigos mais próximos e eles tentaram, mas a lâmina não se mexia nem um centímetro, parecendo por vezes que o metal pertencia já àquele corpo, como se fosse um novo órgão, uma nova articulação, um tendão ou um osso suplementar.

Foi pelo mundo à procura de alguém forte o suficiente para arrancar a lâmina da sua perna.

Encontrou homens fortes; eles tentaram, mas falharam. Tentou as tecnologias mais modernas; falharam também.

Havia já desistido. Sentado no chão, resignava-se àquela dor, que incomodava mas não o impedia de viver. E foi nesse momento que uma bela rapariga se aproximou dele e, sem uma palavra, retirou, suavemente - muito suavemente - o machado da perna, pousando-o depois sobre a erva.

Nessa mesma noite, ela tratou--lhe daquela ferida, que ele já desistira de ver curada; e a ferida cicatrizou com uma rapidez invulgar. O sangue parou de cair da perna em definitivo, e os dois dormiram juntos como só se costuma fazer atrás dos bastidores dos contos de fadas.

É esta a história.

Só falta dizer que, na manhã seguinte, o rapaz que finalmente se curara da ferida acordou morto.

Gonçalo M. Tavares



Foi este o conto que li, ontem, na revista de Domingo do Correio da Manhã; numa manhã de sol mas tão cinzenta como as nuvens que ainda tenho a obscurecer-me o ser. Também eu não passo de alguém com um machado cravado numa perna...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Levou-nos até à praça e lançou o repto: escrevam sobre alguém do grupo, um "amigo secreto". "Nem apenas amigo, muito menos secreto", pensei, com um sorriso nos lábios mas a imaginar a dificuldade de descrever-te.
E o texto saiu. Devagar, mas saiu. Não foi nem de longe dos melhores que escrevi... é tão difícil descrever alguém que não tem descrição possível! Quero dizer, tem... mas as palavras falham :x

De qualquer modo ninguém ia acreditar que és alguém que procura, comigo, a nave de volta ao seu planeta...

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Eu vim de outra esfera tão só como escura...
















Eu dei-me ao teu dia na espera de uma luz....












São 3 horas e 33 minutos. Que raio de hora, tarde como tudo e ainda repetitiva. O sono tarda em chegar; para passar o tempo, vejo como é tão doentio o ser humano. De todas as maneiras. Um homem com quem não tenho nada a ver, nem talvez nunca quisesse ter - e infelizmente os meus momentos de fraqueza foram demasiados - desafia-me para eu ir à porta de minha casa. Conversar, diz ele. Apenas um exemplo entre muitos. Caixa de e-mail. Insistem em me enviar mails de publicidade a sites pouco recomendáveis a quem queira manter a sua saúde sexual-mental intocável. Cambada de doentes... Nem sequer na típica incursão nocturna pela cozinha consigo desligar-me. Pego numa gelatina pré-fabricada, pré-mastigada, pré-digerida, abrir a embalagem, comer e deitar fora, ecoponto amarelo; cheia de E's e aditivos. Será que se comer muita gelatina fico mutante, ganho cor amarela? Os chineses comeram muita gelatina. Os pensamentos voam mais rápido que a velocidade de compreensão. Penso mais rápido do que penso? Volto ao computador. Mais um mail. Visita site de tal para veres mais filmes snuff como este. Imagens bloqueadas para sua protecção. Boa, vou conseguir dormir esta noite. Falo deste estado frenético a alguém de quem nem sei o nome. Mete mais meio e isso passa. Andas a meter os ácidos errados. Não me meto nisso, quero manter a minha saúde mental por mais uns anos. Rio-me quando me apercebo que já não resta muito. A minha mãe manda-me calar por me rir a estas horas,por não estar a dormir. Desligo. Suspiro. Respiro fundo. E agradeço por me teres mostrado alguma normalidade na vida. Shut off. Cama. São 3 horas e 44 minutos. Continua repetitivo, este relógio, esta vida.

domingo, 25 de maio de 2008

Falar destas coisas é sempre tão complicado... Por aqui, neste cantinho, consigo dizer tudo o que me vai na alma, mas quando chega mesmo a altura de dizer realmente o que é preciso, mesmo preciso, a roçar a urgência... as palavras embargam-se e sai apenas um fio de voz.
E acho que cada vez mais vai chegando a altura de dizer mesmo o que tenho a dizer. Passaram já muitos meses em que calei o que sentia verdadeiramente, por medo de te afastar e em que respondia sempre que não quando me perguntavas se eu estava apaixonada ou se estava a gostar "mais do que deveria" de ti. Qualquer dia, digo a resposta que eu quero dizer e tu talvez não queiras ouvir... ou talvez queiras e tenhas medo de lidar com isso...
Sinceramente já não sei. Porque eu gosto de ti, percebes? E quando o digo, digo mesmo com o coração; uma vez disseste-me que dizias que gostavas de mim mas era aquele gostar de amigo e não me querias induzir em erro, lembras-te? Pois eu nunca esqueci, foi numa noite em que para mim o mundo pareceu ruir, certamente não te lembras, como não te lembrarás de muitas outras coisas que eu nunca esqueci. E não acredito que gostes de mim como se gosta de uma amiga como todas as outras.
Entendes o que quero dizer? Pensa bem: quantas vezes paraste na rua depois de passar alguém, só porque essa pessoa tinha o mesmo perfume que eu? Quantas vezes paraste o que estavas a fazer porque na rádio ou assim passava uma música que uma única vez ouvimos juntos?
Se eu te dissesse as vezes que isso me acontece, ficavas logo a saber o que tenho para te dizer...

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Ardo e enquanto ardo vem um e outro ser com tochas para me queimar. Uma nova Inquisiçao, o Santo Ofício do que me mantém de pé, o suplício do meu gostar de mim. Ah, mas sim!, não conhecem a fénix...

E das cinzas hei-de renascer, mais forte, mais brilhante e quem sairá queimado desta vez não serei eu... Pois se por um lado a fragilidade me caracteziza, também a capacidade de auto-regeneração é algo que me desenha...




*I just need another map of your head*

sábado, 19 de abril de 2008

Do not stand at my grave and weep,
I am not there... I do not sleep.
I am the thousand winds that blow...
I am the diamond glints on snow...
I am the sunlight on ripened grain...
I am the gentle autumn rain.
When you waken in the morning's hush,
I am the swift uplifting rush
Of gentle birds in circling flight...
I am the soft star that shines at night.
Do not stand at my grave and cry—
I am not there... I do not die...

sábado, 12 de abril de 2008

"...enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade."
Miguel Torga

quinta-feira, 6 de março de 2008

(...)Sigo, em silêncio, pela chuva fora. Por entre a chuva. Dentro da chuva, lágrimas que me salgam as feridas. Dentro da mente, ainda te oiço, na sombra do suor. Quando saí, disseste até logo com um eco de adeus, Mariana. Sigo, sem parar, apenas mais leve a partir do momento em que trouxe ao esquecimento estes pensamentos todos. Com a passada compassada pelos pensamentos que me confundem, aproximei-me da porta de casa.
Meto a chave à fechadura. Casa vazia. Vazia? A esta hora?, estranho eu. Procuro por um bilhete, um recado, talvez escrito a caneta e colado no frigorífico com um desses ímans que sairam nos gelados que compraste para o miúdo. Com uma angústia que cresce e cresce, entrei no quarto. Mariana, o que vi não vou esquecer, o corpo frio, Mariana, os teus olhos vidrados, de um verde que já não volta a ser, olham um céu que não existe, Mariana. Numa das mãos, um frasco cheio de nada onde antes houvera aqueles que chamavas "as bombas", que tomavas como rebuçados quando andavas mais nervosa. O miúdo choramingava, assustado, mas ecoava como se fosse longe, mais longe do que seja lá onde for que estejas. Na outra mão, a carta, Mariana. E ao ver aquele pedaço de papel amassado por entre os teus dedos, aí, entendi que nada nem ninguém teria o teu rosto, Mariana.

Texto: Sara Pereira, final do 1º capítulo de "Contra Moinhos de Vento" (C) 2008

sábado, 1 de março de 2008

Seven Sins Redux...

Esquecidas sejam a avareza, a luxúria, a inveja, a gula, a preguiça, a ira e a soberba. Mudaram os tempos, mudaram os interditos...

Autopromoção

Os quinze minutos de fama, que mencionava o visionário Warhol, bastam para os olhares se voltarem na nossa direcção. Julgarmo-nos únicos, especiais, distintos. Incharmos o ego. Quando os holofotes se apagam na precária ribalta, mergulham na obscuridade os seres que nenhum talento especial distingue.

Hiperactividade

Poucos sabem «preguiçar». A preguiça foi proscrita dos centros urbanos. É ido o tempo em que havia tempo para escutar as cigarras. Que teimo em ouvir. Nos dias que correm, inactividade é o mesmo que morte social. Sofrer por uma carreira, transpirar no ginásio, ver o filme de que todos falam, ler o que acabou de sair, não ter tempo para amar. Tudo para não esquecermos o mundo. Implacável, o mundo, esquece quem somos.

Ironia forçada


O humor é de bom tom. Obrigatório o segundo sentido; agudo e fino. «O sexo e a cidade» e «Seinfeld» tiveram êxito por serem espirituosos. Como os Gatos Fedorentos. Têm graça. E a graça deles preenche o vazio da nossa.

Falsa humildade

Ser e afirmar-se ambicioso (hoje, chamam-lhe profissonalismo ou competitividade). Alguns monarcas deste milénio dizem-se adeptos de ocasional fast-food (trincarão mesmo um naco de minhocas temperado com molho de tomate e maionese hiper-calórica?). Onde reside o mal do gosto pelas coisas boas, de apreciar o fausto, ser um connaisseur e não o esconder?

Eterna juventude

Ninguém quer ser cota, ter meia-idade, ser identificado como velho. E infelizmente, como dizia a Agustina Bessa-Luís, não é por a um velho lhe faltar o desejo que renuncia ao milagre. Tememos não concretizar todos os sonhos que anos a fio preservámos - ser jovem é possuir o mundo na concha da mão. E julgamos, ao apagar os vestígios do tempo, ludibriar a genética.

Snobeira popular

Parecer snobe é pretensão dos que não têm entrada na casa dos deuses; os verdadeiros snobes, porque a têm garantida, não carecem de exibições. O espírito snobe-popularucho é milho que a “gentinha” debica (expressão à boa maneira dos snobes emergentes).

Voyeurismo


As vidas dos concorrentes das novelas da vida real são banais: acordam, lavam os dentes, discutem, amam. E vemo-los testar os limites. Assistimos porque nos toca. Por exiberem uma parte de nós. James Stewart tinha a janela indiscreta de onde acedia ao mundo que o excluía pela sua imobilidade. Dali espiava os vizinhos. Via-os despidos da polidez social. Acabaria, ainda assim, por ver a sua vida misturada com a deles, de se ver integrado como personagem e não como mero espectador. Não se passa o mesmo connosco?

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Há alturas na vida em que chegamos a uma encruzilhada. E há outras em que se dá uma viragem. Sabemos que a viragem se vai dar, mas não sabemos nem quando, nem que sinal teremos quando tal acontecer.
A viragem deu-se há pouco tempo. Sabia que algo ia mudar, temia que fosse para mal. Que tudo aquilo que tentei construir a teu redor se desmoronasse. Desta vez, estava enganada. Mudou, sim: agora sei, tenho a certeza que sim, que algo nos une desta maneira que sabes. Algo que só se fixou depois de quase uma semana longe de ti (que custa-me sempre tanto quando é só um dia ou dois...), depois de eu ter pensando tanto se queria estar disposta a enfrentar os teus silêncios e os teus medos, depois de eu mesma ter perdido medos infundados, criados pela minha (cada vez menos) baixa auto-estima e por cobiças alheias, depois deste tempo todo. Sim, é pouco tempo, mas sinto que foi já uma vida.
E soube que tudo seria melhor agora, depois de te ver e de te ouvir dizer que sentiste tanto a minha falta...

Se acho que vai durar para sempre? Não sei, mas o sempre seria algo demasiado longo para ser passado sem uma pessoa como tu. Afinal, a cada dia que passa descubro algo de novo em ti que me faz perceber o quão diferente e especial tu és, desde o facto de beberes mais chá que um inglês e imaginares situações de minesweeper para adormeceres, de teres o acordar mais bem disposto que conheço e de inventares músicas sempre com a mesma letra...

E ao acabar de escrever isso (sim, é lamechas, shame on me, mas fogo!, sabe tão bem às vezes escrever estas coisas!) não consigo evitar um sorriso na cara por saber que existes!

Texto: Sara Pereira
Ouvindo: Tonight, Tonight, Smashing Pumpkins

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A cidade busca-me onde não estás. Mas eu sei, cheiro-te no infinito branco onde estou. O sol nasce mas esta escuridão branca envolve-me, e acordo...
Continuo a procurar-me, mesmo que já te tenha encontrado. É sempre bom.


Foto por Mafalda Grácio
Texto por Sara Pereira
Ouvindo Rodrigo Leão, Dragão

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

06h07




Sábado, e Carlos acordava com a ideia fumegante na sua cabeça de que aquele, de uma maneira ou de outra, seria o seu último dia. Tentou fazer a sua rotina normal, mas a frase é o último dia não lhe parava de bailar na mente como stripper depravada. Pois, que fosse o último. Ligou-se à rede. Apenas um peixe. Isabel. Já trocava impressões com Isabel há meses, mas, mesmo sendo ela da mesma cidade que Carlos, nunca tinham sentido a urgência de se conhecerem para além das palavras. Aliás, pensava ele, um homem de meia idade como eu não tem nada de se meter com miúdas universitárias... Pois, que aquele dia fosse o último, e convidou Isabel para um simples, inocente café.

Isabel, nesse sábado, acordara com os olhos inchados de chorar. Mais um desgosto e será o último. Sozinha há algum tempo, tinha vinte-e-um, mas pensava que já tinha vivido demais. Ligou-se e logo Carlos meteu conversa com ela. Era seu confidente cibernético, embora não se tenham nunca conhecido na realidade real. Pois, que seja hoje, pensava Isabel, que não podia esconder dentro de si uma certa admiração pelas palavras delicodoces daquele homem. Ele convidava-a para um café, bem perto de casa dele, e ela, admirada e, finalmente, curiosa, aceitara sem pensar duas vezes.

Já em casa dele, com o travo do grão torrado na língua, procuraram-se um ao outro...

Carlos pedira licença a Isabel, desculpa-me, mas não gosto de ficar com a casa a cheirar a tabaco, vou fumar na varanda, volto já, fica à vontade, está bem, vai lá, que eu espero todo o tempo do mundo por ti...
Carlos não tirava da cabeça a ideia, este dia será o últmo, e foi. Espantado com a sua própria coragem, os úlimos pensamentos que lhe bailaram na cabeça foram os olhos de Isabel, antes de se estatelar do chão do terraço, nove andares abaixo da sua varanda.

Isabel esperava, enrolada no lençol suave, ainda saboreando a noite de paixão em casa de Carlos; e de tanto esperar, adormeceu...
Ao acordar, deparou-se com a ausência gritante daquele que a tinha devassado... mais um desgosto, este será o último, ele concerteza nem fumava, Isabel não via cinzeiros espalhados pela casa, como sucede nas casas dos fumadores, ele fugira de mim, de mim, na própria casa dele, esperava talvez que se fosse embora para voltar para a sua própria casa, falta de coragem para a mandar embora, possivelmente, e Isabel vestiu-se e saiu porta fora...

Passavam sete minutos das seis da manhã, após horas e horas vagueando perdida nas ruas da cidade adormecida e na sua mente anestesiada pela dor, quando Isabel chegou a casa e subiu à varanda da sala. E a última coisa que se lembrou, antes do violento embate, foi do olhar profundo de Carlos, jurando-lhe que nunca voltaria a amar alguém como tinha amado Isabel naquela noite.
Foto por José Carrilho
Texto por Sara Pereira

sábado, 26 de janeiro de 2008

If i could look beyond your face, and photograph your hidden place, would I find you smiling in the picture?

Por ti. Que me fazes rir, me fazes chorar, me fazes chorar de tanto rir. Me levas a passear à chuva debaixo de um observatório portátil. Que sabes como me fazer acordar bem disposta mesmo que o dia esteja feio. Que me ensinaste a gostar de Portishead e de dançar funaná. Que estiveste ao meu lado quer quando estava com o mais feliz dos sorrisos quer quando não me vias os olhos por entre as lágrimas. Por ti, que me fizeste aprender finalmente que "o essencial é invisível aos olhos". Por ti, que sem ti ainda continuaria a olhar para o copo meio vazio.

Um dia talvez tu entendas...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Se ao menos soubesses tudo o que eu não disse
ou se ao menos me desses as mãos como quem beija
e não partisses,assim,empurrando o vento
com o coração aflito,sufocado de segredos;
se ao menos percebesses que eram
nossos
todos os bancos de todos os jardins;
se ao menos guardasses nos teus gestos essa bandeira de lirismo
que ambos empunhámos na cidade clandestina
quando as manhãs cheiravam a flores
e o inverno espreitava ainda nas esquinas como uma criança tremendo;
se ao menos tivesses levado as minhas mãos
para tocar os teus dedos,
para guardar o teu corpo;

se ao menos tivesses quebrado o riso frio dos espelhos
onde o teu rosto se esconde no meu rosto
e a minha boca lembra a tua despedida,
talvez, que, hoje, meu amor,eu pudesse esquecer
essa cor perdida dos teus olhos...
Enjoy the Silence...?
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