terça-feira, 16 de dezembro de 2008

São momentos assim que me fazem pensar que realmente um dia vou conseguir ser feliz. Que lágrimas como as que já me fizeram chorar, mais dia, menos dia vão secar de vez. São dias como estes últimos que me fazem compreender que um sorriso custa menos a esboçar que uma cara feia.
Continuo a ter dias difíceis de superar. Continuo a ter lágrimas cáusticas cá dentro, continuo, muitas, tantas, demasiadas vezes, a pensar nos "e ses" da vida, a pensar em alguém que, se calhar, teria sido muito melhor que não tivesse existido. Mas contigo por perto, é tudo mais simples, é mais fácil de olhar em frente em vez de olhar para os pés, de sorrir...
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Apoxima-se, a passos muito largos, o final de mais um semestre e o final dos prazos dos trabalhos... E estou assustada. Sei que este semestre não vai ser, em nada, semelhante aos dois anteriores, em que tudo se fez com calma e sem preocupações... Mas afinal o que me falta? O que mudou (pergunta... enfim)? Mudou que sou outra pessoa. Mudou que nem sempre consigo ter ânimo para abrir os olhos de manhã, vestir qualquer coisa à pressa, passar os dedos pelo cabelo à laia de escova, engolir qualquer coisa à pressa e seguir para a escola onde já me esperas. Falta qualquer coisa. Mas mesmo assim, vou buscar forças naquilo que me dizes e que me fazes sentir. E abro os olhos para outro dia de trabalho árduo, de sobe-escadas-desce-escadas, de aulas sem interesse, de professores aguados, de encontrar quem não devia nunca ter encontrado pelos corredores da escola, de chegar a casa e jantar à pressa para voltar para mais um infinito trabalho de grupo e voltar a casa, dormir horas que não são nunca suficientes e recomeçar tudo de novo...

Mas quando é que todo este inferno acaba?

Já não tenho medos... Mas continuo com angústias que não vão sair de mim.

Não sou a mesma. Nunca vou voltar a ser a mesma.

Mas, mesmo assim, agradeço a quem nunca devia ter existido o facto de ter, realmente existido. Obrigada pelo mal todo que me fizeste. Tornaste-me uma pessoa amarga, mas forte. Deprimida, mas lutadora. Que se deixou pisar mas que, um dia, há de triunfar e sorrir sobre ti.

E agradeço-te a ti, que não exististe desde sempre mas existes agora. Que tens sido mais do que alguma vez imaginei que pudessem ser para mim, que me deixaste tantas vezes chorar no teu colo, que tantas vezes me abraçaste quando eu só pedia um pouco de doçura na vida, que foste mesmo lá abaixo para me ir buscar, que desceste comigo ao mais fundo dos infernos que a minha mente pôde criar e que, comigo, voltaste para contar a história ou enterrá-la para sempre. Por agora coexistires com quem eu me tornei, por me fazeres ainda mais forte, mais lutadora e mais triunfante.

E embora não possa ainda sorrir de alto a quem me matou, sorrio. Sorrio sempre.

1 comentário:

Anónimo disse...

"...nem sempre consigo ter ânimo para abrir os olhos de manhã, vestir qualquer coisa à pressa, passar os dedos pelo cabelo à laia de escova, engolir qualquer coisa à pressa e seguir para a escola onde já me esperas."
Perguntaste-me à bocado por sms o que era e o porquê de dizer o que disse. Bem, essa é uma das razões...

"Falta qualquer coisa."
Eu sei que falta, e por isso... Gostava de saber o que falta.

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Agradeço-te, correndo o risco de parecer egocentrista ao identificar essas palavras como dirigidas a mim; mas é como já disse: palavras são vento e tinta. Não gostaria que fossem, mas são o que elas são...