A acção/reacção deste texto é verídica. O sonho é reflexo de algo que aconteceu, embora não o tivesse presenciado em certos momentos. Escrevi isto como exorcismo. Estou a passar por tudo ainda, e qualquer diferença em relação à realidade foi por distracção ou protecção dos envolvidos.
...
Enquanto esperava, recuei alguns meses no tempo. A luz morna que entrava janela adentro fez a parte de calor humano que aquela sala de espera nunca poderia ter e que me faltava naquele momento em que tudo o que eu precisava era de um abraço. Então, o pensar tornou-se o meu melhor ouvinte.
Cheguei de mão dada e foi nas mãos que reparei quando entrei e os nossos olhos se cruzaram pela primeira vez. Depois, as mãos. Desviei o olhar dos olhos dele, intimidada por um quê de raiva contida ou de arrogância diluída. E de mão dada saí, mas o olhar e as mãos de alguém que a partir daí me seguiu de perto saíram comigo.
Quebrou-se alguma coisa dentro de mim quando, de mãos soltas, depois de algumas noites a sonhar com aquelas mãos e dias a não querer sonhar acordada com a raiva contida (ou a arrogância diluída), nos beijámos. Um abismo de todas as razões passou a ser uma fissura no passeio, daquelas que não se pisam porque dá azar.
Esperava, embalada pelo tiquetaque de um relógio na sala de espera macilenta. Pensava nas mãos, no olhar, nos abismos que de repente cresceram. Tiquetaque. Tiquetaque. Bip... Bip... Bip..........Bip............Biiiiiiiiiiiiiiiiiii...
Levantei-me e saí. O último bipe marcava o fim da espera. A falta da luz que entrava abanou-lhe o espírito, as mãos arrefeciam, o olhar bacejava. Gritei.
O bip espaçado voltou, com outro cantar. Bidididip. Bidididip. Estaquei à saída da sala de espera, olhei para trás. Respirei fundo. Abri os olhos. Vesti-me e saí para te encontrar depois de aguardar na sala de espera onde não há relógio que faça tiquetaque, onde a luz do sol não entra, onde, felizmente, não vou ouvir o bip continuado que marca o fim, onde me vais receber com o sorriso que faltava às mãos e ao olhar.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Anatomia de um pesadelo
à(s) 17:59 0 pulsações Publicada por Adinatha Kafka
quarta-feira, 14 de julho de 2010
- It's not the fact that we are apart, but knowing that, if something happens to you, no one will tell me. Do you understand?
Silence.
- I forgot. No one's in line. I call you later, ok?
Silence
I put down the phone. No one told me.
à(s) 17:35 0 pulsações Publicada por Adinatha Kafka
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Um até já...
Há notícias que nos atingem como um soco no estômago, que nos tiram o ar e nos impedem de respirar por momentos. Esta foi uma delas.
No sábado passado faleceu Jorge Ferreira. Conheci-o principalmente como meu professor de Introdução ao Direito e Direito da Comunicação.
Aulas carregadas de saber (nunca tirei tantos apontamentos numa cadeira como nas dele!), ensinamentos e um humor muito característico. Não se preocupava em agradar, era sempre ele mesmo que estava ali, sem máscaras. Chocava? Talvez. Mas por ser assim é que marcou todos aqueles que foram seus alunos.
A ESTA ficou mais pobre. Todos nós ficámos. Mas o que foi aprendido nunca se esquece, as pessoas que se cruzam e ficam, ficam sempre, haverá sempre alturas em que nos vamos lembrar dele. "Em bom", como disse uma amiga...
Em texto parece pouco para explanar a pessoa que era, mas isso fica com quem o conheceu...
Havemos de nos voltar a ver, pela vida fora.
à(s) 04:48 0 pulsações Publicada por Adinatha Kafka
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
There's so many things I need to say... La la la, la la,la. Whatever that means.
____
They will be hidden inside. They will die with me.
You are alive. What about me?
à(s) 09:04 0 pulsações Publicada por Adinatha Kafka
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
domingo, 30 de agosto de 2009
That's me in the corner,
That's me in the spotlight
Losing my religion...
à(s) 18:25 0 pulsações Publicada por Adinatha Kafka
sábado, 29 de agosto de 2009
Reminds me of the blush the first time we kissed.
à(s) 05:03 0 pulsações Publicada por Adinatha Kafka